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5 de outubro de 2014

Hino à Razão

Neste aniversário da Implantação da República, propomos a leitura de um poema de Antero de Quental, o maior vulto da Geração de 70. 


Antero indagou as grandes questões filosóficas e sociais do seu tempo e procurou incessantemente uma solução política e ética para Portugal.

Aqui fica um dos seus poemas mais luminoso acerca do devir histórico:

          Hino à Razão

Razão, irmã do Amor e da Justiça, 
Mais uma vez escuta a minha prece. 
É a voz dum coração que te apetece, 
Duma alma livre só a ti submissa. 

Por ti é que a poeira movediça 
De astros, sóis e mundos permanece; 
E é por ti que a virtude prevalece, 
E a flor do heroísmo medra e viça. 

Por ti, na arena trágica, as nações 
buscam a liberdade entre clarões; 
e os que olham o futuro e cismam, mudos, 

Por ti podem sofrer e não se abatem, 
Mãe de filhos robustos que combatem 
Tendo o teu nome escrito em seus escudos! 

                                                                    
                                   Antero de Quental, Sonetos