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24 de dezembro de 2023

É NATAL

Bem-aventurados os que promovem a paz, pois serão chamados filhos de Deus.

                                                                               Mateus, 5:9

Pintura de Nabil Anani, Palestina, Família de Belém,1925.

Neste solstício de inverno ele vai nascer
algures no Mundo entre ruínas
no lugar do não ser ele vai nascer
deitado nas palhinhas entre
bombas naufrágios minas
cada mulher que foge o traz no ventre
o mesmo coração um só destino
algures no mundo ele vai ser
em todos os meninos o menino.

                                                         Manuel Alegre

12 de novembro de 2023

À maneira de Pessoa

De início pensámos em quadras. Propus aos alunos do 12ºC escrever à maneira de Fernando Pessoa - o verso breve, o vocabulário corrente, a inspiração tradicional... 

Nem sempre escolheram quadras, ou sequer redondilhas, mas a musicalidade, a melancolia subtil, as inquietações do poeta, a idealização da infância  perdida - tudo isso eles captaram e tornaram em algo seu. Foi uma bela surpresa!

Pintura de Christine Sloman (Escócia), Altogether Elsewhere II

Nas múltiplas máscaras que criei,
No meu ser fragmentado me encontrei.
Em cada verso a alma se entregou,
Fernando Pessoa em mim se revelou.

Afonso Fonseca Catarino


No vasto mar da vida, onde navegamos sem fim,
Somos barcos à deriva, perdidos em nós mesmos assim.
Nas ondas do sonho, procuramos o sentido,
Mas o mistério da existência permanece escondido.

Ana Laura L. T. S Fonseca


Em seus escritos, a busca pelo ser verdadeiro,
As incertezas do eu num jogo pioneiro.
Em cada palavra, um labirinto se formou,
As incertezas da vida ele eternizou.

Alice Mateus Mendes


Na infância os sonhos eram meu tesouro,
Um mundo de magia, brilho e calor.
Na inocência encontrei cada sonho de ouro,
No coração da infância floresceu o amor.

Augusto Almeida Marques


Na infância, sorrisos a brilhar,
Mundos de sonho a explorar.
É a inocência que nos guia,
Tempo mágico de encantar.

Catarina Afonso M. Belo


No silêncio da noite escura e fria,
A alma vagueia em busca da verdade,
Como o poeta que na poesia
Descobre o mundo, em sua diversidade.

Daniela Raimundo Lourenço


Num sonho, a noite revela-se,
Mundos de magia e a mente a dançar.
Um mundo que é só meu,
E onde a imaginação pode voar.

Dinis Santos Dias


Doce música chega ao ouvido,
Nostalgia invade o peito,
P’la melodia sinto-me atraído,
A realidade volta e fico desfeito.

Francisco Manuel L. P. Couto


Nostalgia da infância que me invade:
Lembro sonhos de criança, pura saudade,
Tempo de inocência, felicidade.
Fernando Pessoa, alma, eternidade.

Inês Silva Morais


Na rua da incerteza, caminho sozinho,
Em mim, múltiplos "eus" buscam seu destino.
Fado incerto, alma inquieta, sem caminho,
Sou Pessoa, sou ninguém, sou meu próprio desatino.

José Rosa Valentim 




Vi uma lagarta que em borboleta se transformou,
Levou-me para um passado que por mim voou.
Sonhos de crianças, corridas passageiras,
Amores perdidos, mortes ligeiras.
À noite adormeço a pensar em ti
Em quanto te amei, no amor que perdi.

Luís Afonso G. Tomás






Nas sombras do passado, segredos a contar
Em cada lembrança, o tempo a ecoar
Memórias doces, como um conto encantado
No coração, o passado é sempre recordado

Lara Alexandra R. Roxo



Doce Infância

Na infância, a inocência nos guiava
E a magia do mundo ela revelava:
Amigos verdadeiros, laços que não quebravam,
E tantas memórias doces que nunca se apagaram.

Maria Beatriz F. Grosa


A cada dia que passa
Fico mais devastado.
Penso em maçadas.
Tudo me deixa acabrunhado.

Maria Rafael Marques


Nas palavras de Pessoa, o ser a questionar,
Múltiplas vozes, o eu a desdobrar,
Em versos profundos, a alma a sondar.
Fernando Pessoa, fazes-me pensar.

Marta Fonseca António


Tento viver no agora
Sem pensar no futuro,
Para quando chegar a hora,
Não estar farta de tudo.

Matilde Duarte Mateus 



A vida é escola, o saber é voar,
Aprender é o segredo, sem se cansar.
Nas estradas da vida, desafios encarar,
Superar obstáculos e soluções encontrar.


Rafael André R. Santos


Sob o luar de prata a brilhar,
Segredos da noite a desvendar,
No silêncio, alma a meditar,
Nas estrelas, histórias a contar.

Rafael Lourenço Catarino


19 de outubro de 2023

A FLOR

Do José Valentim, um texto poético, que de início nos faz lembrar a célebre parábola da rosa, no livro do Principezinho, para depois enveredar por uma indagação pessoal acerca dos limites da nossa dádiva aos outros. Ora leiam!

Pintura de Ton Dubbeldam, Jardim Aquático
 A minha mãe sempre me disse que não desse demasiada água à flor.
Eu não liguei, queria ver quanto cresceria, era só o que me importava.
Fiz questão de cuidar dela todos os dias. 

E reguei tanto, mas tanto,
que quando me apercebi a flor já nem comigo estava.

A dor de uma planta é igual à dor humana?
Se receber demasiado, morre, se receber pouco, morre também.


Isto faz de mim uma pessoa desumana?

Damos tanto pelos outros, e ninguém nos para.
Destruímo-nos no processo de amar o próximo mais do que a nós mesmos.

Mas no fim, a dor não se compara.

 

                                                      José Valentim, 12º C

12 de fevereiro de 2023

SORRISO DA PRIMAVERA

Damos a ler, com muita satisfação, um novo poema da Angélica.

Pintura de Alix Aymé (1894 - 1989), A rapariga de olhos dourados

As noites tornam-se longas.
Não vejo nada,
Não ouço nada,
Apenas sinto o que um dia já senti,
O vento gélido que se entranha,
As gotas que escorrem e caem,
Mas…
Pensei em ti e…
Uma brisa suave fez-se sentir,
O sol brilhou por dentro das nuvens,
A água cristalina correu pelo rio,
Um pássaro cantou,
Uma borboleta voou,
Uma flor nasceu,
Sorri,
É Primavera!

                                 Angélica Lourenço, 12º D

25 de dezembro de 2022

Natal de 44

Miró, Postal de Natal

Em miúdo alegrava-se-me o rosto
quando chegava a festa do Natal.
Toda a noite trabalhava a peneira
e de manhã vestiam-me a roupa bonita.

Então escapava-me de casa a correr
e andava na praça a mostrar-me;
e ao meio-dia em ponto na mesa enfeitada
comíamos todos em santa paz.

Oh, o meu Natal, o cheiro dos doces,
hoje passei-o às voltas numa estrada,
sem um pedaço de pão, a roupa emprestada,
longe de casa e sem amor de ninguém.

Tonino Guerra, traduzido por Nuno Dempster, a partir do Romagnolo

21 de dezembro de 2022

BOAS FESTAS

Bem-aventurados os que promovem a paz, pois serão chamados filhos de Deus.

                                                                                                     Mateus, 5:9

Pintura de Nabil Anani, Palestina, Família de Belém,1925.

 

23 de novembro de 2022

OS NOSSOS POETAS

A Angélica Lourenço partilha connosco um poema a pedir leitura atenta, que aceite acompanhar este convite à indagação de si. Muito bem, Angélica!

Pintura de Ton Dubbeldam, Water Garden

PASSAGEIRO

É água que escorre pelos dedos.
É uma faca de dois bicos,
Tanto movimenta, como estabiliza,
Tanto gera, como desola,
Tanto massacra, como cura.

Se o instante que está por vir é o futuro,
E o instante que passou é o passado,
Então o presente é um ápice… uma ilusão?

Criámos o relógio para controlar o tempo,
Mas é o tempo quem nos controla.
Corremos contra os ponteiros,
Aspiramos a eternidade na efemeridade.

O tempo está a terminar?
Não! Ainda falta… a primavera mal começou!
Será que falta?
Acredito que sim…
Quero acreditar que as flores estão a desabrochar,
Quero acreditar que os pássaros estão a cantar.

Mas sinto um ar gélido,
Que se entranhou e me arrepia.
Vejo folhas secas, folhas caídas.

Assim que pisei o mundo
A minha contagem regressiva começou,
Desconheço quanto tempo me resta,
Ninguém me diz, ninguém sabe...
Porque haveriam de saber?

O desconhecido é intimidante,
Devo viver na suave ignorância
Ou na dolorosa consciência?

Uma coisa eu sei!
Nada posso fazer senão continuar.
O tempo é passageiro, é finitude,
Velhos sábios ou jovens ousados,
Ambas as histórias terão um ponto final
E eu nada posso fazer
Senão continuar esta caminhada,
A caminhada de um mero passageiro.

Angélica Lourenço, 12º D

10 de abril de 2022

Domingo de Ramos

 Para assinalar o Domingo de Ramos, festa litúrgica do calendário cristão, partilhamos aqui uma das obras mais enigmáticas da coleção de pintura do Museu Nacional de Arte Antiga - um ícone da escola eslava, pintura sobre madeira, provavelmente do século XVIII: “Entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém”.

 


 


30 de janeiro de 2020

Asas coloridas

Falávamos, a propósito da poesia de Pessoa, do poder curativo da escrita. E a Madalena, aluna do 12.º ano, que gosta de escrever, disse-me que era sobretudo a pintura que lhe oferecia essa possibilidade. Fiquei curiosa: havia a escrita; também a pintura; e é uma aluna (muito boa aluna) do Curso de Ciências. 

Pedi-lhe que nos mostrasse. Aqui ficam três quadros, pintados a acrílico, da Madalena Almeida, aluna do 12.º B, para mostrar que a beleza e a criatividade nos convocam por muitas formas. 





8 de março de 2018

No seu dia, 8 de Março

As mulheres de Gina Marrinhas, pintora portuguesa nascida em 1950, em Aveiro.  










15 de maio de 2016

Pintura



50 documentários, legendados ou dobrados, sobre os grandes mestres da pintura, de Da Vinci e Hieronymus  Bosch, até Salvador Dali, passando por Courbet, Velasquez, Constable, Gauguin e tantos outros. Vale a pena "perder" um bocadinho a ver, a explorar, a aprender, a maravilharmo-nos.